Consumo consciente Minimalismo

Ter menos é relativo

Porque o que é essencial para mim pode não ser essencial para você. Quando a gente fala em minimalismo não existe receita de bolo. Não há um número x de coisas que eu devo ter para ser considerado minimalista. O minimalismo tem mais a ver com consciência e prioridades. De que forma você se relaciona com os seus pertences e as coisas ao seu redor.

O ideal é que tudo que você possua tenha um propósito definido. Dizer não ao acúmulo não significa se livrar de tudo e ter uma casa asséptica e sem graça. A gente deve ter aquilo que faz sentido para a nossa vida e nos traz alegria. E aquilo que não, deixar ir embora. Simples assim.

Se você tem muitos livros e quase não lê, não faz sentido tê-los acumulados na prateleira. Porém, se você realmente os usa, seja para uma consulta, uma pesquisa ou até gosta de relê-los, não tem problema algum ter uma estante com vários livros. Se isso faz bem para você, é o que importa.

Guardar coisas que você pretende usar no futuro ou para a pessoa que você pretende ser no futuro não é uma boa ideia. Isso só gera frustração. Porque toda vez que você olhar para aquele objeto vai lembrar do que gostaria de ser ou fazer. E isso leva a culpa.

Uma vez comprei uma bola de Pilates porque sempre achei muito legal quem faz exercícios com bola em casa. No fundo eu sabia que não deveria comprar, mas a ideia de ter uma bola fazia com que eu me aproximasse da pessoa que eu gostaria de ser – aquela que faz exercícios de relaxamento em casa. Mas a realidade foi que nunca a usei. A bola não vai fazer com que eu faça exercícios. O que vai fazer com que eu faça exercícios é a minha consciência. Por isso, não faz sentido eu tê-la ali, parada. No momento em que eu tomar consciência e decidir que eu vou fazer exercícios em casa aí sim, posso comprar uma bola ou o que quer que seja. O objeto não tem o poder de fazer você ter atitude. Por isso não faz sentido se cercar de coisas para a pessoa que você gostaria que fosse, entende?

É a mesma coisa que acontece com aquela pessoa que tem o guarda-roupa cheio de peças que não combinam com a vida que leva. Ela nunca vai à festas e tem 20 opções de vestidos de paetês. Ela não frequenta a academia e tem uma gaveta lotada de peças de malha e blusinhas Dryfit. Ou aquele exemplo clássico de guardar peças em um tamanho menor para quando perder 10 quilos.

A gente não pode viver no futuro. Aquilo que temos deve satisfazer quem somos hoje. E isso depende de pessoa para pessoa. O que você acha sobre isso?

9 Comentários

  • Reply
    Isabella Cecconi
    30 de dezembro de 2015 at 15:01

    Nossa, adorei seu texto! Concordo plenamente! É engraçado esse conceito que temos de viver mais no futuro do que no presente… Também estou trilhando esse caminho de viver mais o agora e reduzir tudo ao que realmente importa, e devo dizer que estou muito feliz com essa escolha. Bom, parabéns pelo texto!

    • Reply
      Nati Grazziotin
      30 de dezembro de 2015 at 16:07

      Coisa boa Isabella! Fico feliz que tenha gostado do texto ;) Obrigada!

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    Denize Moraes
    19 de janeiro de 2016 at 13:27

    Nati, adoro seus textos, esse mesmo tocou fundo, parece que escreveu pra mim rsrs…obrigada por compartilhar essas lindezas! Abraços.

    • Reply
      Nati Grazziotin
      19 de janeiro de 2016 at 22:18

      Oi Denize! Eu que agradeço o comentário! Espero você aqui mais vezes :) Beijos

  • Reply
    Thaís Terra
    17 de abril de 2016 at 21:40

    Nati, adorei o texto e adorei ter encontrado o blog! Realmente faz sentido pararmos pra pensar no que realmente é essencial pra cada um de nós. O que importa não é a quantidade de coisas que temos e sim o real sentido delas estarem inseridas no nosso cotidiano.
    Um abraço!

    • Reply
      Nati Grazziotin
      18 de abril de 2016 at 10:56

      Bem isso, Thaís!
      Que bom que encontrou o blog. Ele ficou meio abandonadinho no último mês, mas espero retomar os textos logo, logo ;)
      Boa semana, bjos!

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    Susany Batista
    15 de maio de 2016 at 09:46

    Adorei o texto, estava precisando ler algo assim para clarear minha mente. Eu disse para mim mesma que iria voltar a estudar inglês em casa com os livros que tenho, e os coitados estão parados e quando olho para eles sinto culpa. Vou organizar para colocar um horário de estudo durante a semana ou doarei os livros para quem precisa e quer.

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    Camila
    10 de julho de 2018 at 14:04

    Nossa que texto viu! Passeando pelo seu blog, adorando os textos… Ganhei uma bicicleta do meu irmão mais velho no Natal pois sempre falei que queria aprender a andar. Resultado, andei uma vez e nunca mais… anos a coitada enferrujando sendo jogada pra lá e pra cá a cada mudança de casa. Acontecia exatamente isso comigo, toda vez que olhava pra ela tinha uma sensação de fracasso, enfim decidi me desfazer dela. Meu marido anunciou e vendeu pra mim, senti uma sensação de alívio, um peso sendo tirado da minhas costas de não ter mais a obrigação de andar sem vontade, quem sabe um dia eu ainda aprenda… beijos!

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