Organização

Viajando (de avião) com bebê: o voo, hospedagem, alimentação, rotina

Cá estou eu. Depois de duas semanas intensas de férias, grávida, com um bebê de 8 meses e meio e um marido doentinho – consequência de um voo de volta cancelado e quase 2 dias sem dormir direito. Não há imunidade que resista. E como prometi que faria um post sobre viagem com bebês, resolvi começá-lo assim: de maneira bem realista.

Já estamos na nossa segunda viagem internacional com o Valentin. A primeira foi para Portugal, quando ele estava completando 5 meses e agora fomos para o Sul dos Estados Unidos no dia em que ele completou 8 meses. Bebê de sorte. Em menos de 1 ano, dois carimbos no passaporte!

Valentin, feliz entre os carvalhos, em Savannah, na Georgia (fevereiro de 2017)

Desde que engravidei sabia que continuaríamos viajando, e com ele. Fomos bem ousados, digamos assim. Quando estava com 5 meses de gravidez compramos uma passagem para Portugal para quando ele estive numa fase – que imaginávamos ser boa pra viajar com ele. E realmente foi. Aliás, foi bem mais fácil do que esta, com 8 meses – já engatinhando e comendo comidas salgadas.

A primeira questão é o voo em si. Se não é muito agradável fazer uma viagem de avião, imagina com um bebê no colo? Tem companhias aéreas que disponibilizam um bercinho que vai acoplado na parede da aeronave e você viaja naquele espaço mais confortável, perto dos banheiros. Mas depende do tamanho do bebê. Na TAP conseguimos o berço, o que ajudou bastante. Mas saiba que quando tem turbulência você tem que tirar o bebê dali e segurá-lo no colo, com o cinto.

Quando ligamos na Azul nos foi informado que o berço era para bebês de até 6 meses, o que depois, no voo, constatamos que foi uma informação equivocada, já que um bebê de 9 meses estava usando. Portanto é bom se informar o quanto antes junto à companhia. Cada uma tem um sistema. Na Azul, por exemplo, não é fornecido o cinto pra ele.

Valentin foi super bem em todos os voos. Ele dormiu a maior parte do tempo. Por isso, sempre prefira voos noturnos porque a chance deles dormirem é bem maior. A gente entrava no avião, organizava a mamadeira com mama, o paninho, uma mantinha e o bico. Quando o avião decola é sempre bom que o bebê esteja com o bico ou tomando mama (da mamadeira ou peito) para evitar dor no ouvido. Outro detalhe. Nós levamos uma almofadinha da Fom para apoiar os braços enquanto segurávamos ele. Foi super importante! Pra levar é mais um “trambolho”, mas na hora que você está segurando um bebê de 9 quilos por 8 horas, compensa o esforço.

Quanto às malas. Em voos internacionais cada pessoa tem direito a 2 malas de até 32 quilos cada. Viajando com bebê você tem direito a despachar mais uma mala. Sem contar o carrinho, que pode ir com você até a porta da aeronave. Lá você tem que fechar o carrinho e deixar com os funcionários da companhia. Na teoria eles entregariam o carrinho na porta do avião, mas nem sempre isso acontece. Às vezes por questão da alfândega, não é autorizado e você tem que passar pela imigração (leia-se: filas!) com o bebê no colo. Foi o que aconteceu com a gente nessa viagem para os Estados Unidos. Não tinha prioridade e a fila estava gigantesca. Ficamos quase 2 horas nessa função. Para Portugal nos entregaram o carrinho e tinha prioridade em todo canto. Ou seja, cada destino é diferente, então esteja preparado para tudo.

Quanto a hospedagem. Nós escolhemos hotéis que, de preferência, tivessem 2 camas ou então disponibilizassem berço. Eu arrumava as almofadas e travesseiros bem juntinhos e colocava ele dormindo no meio. Não aconteceu nenhum acidente, mas ele se mexia bastante e às vezes eu acordava no meio da noite e ele estava virado.

Brincando na cama do quarto do hotel em Savannah

O melhor pra mim é o berço, mas nem sempre tem essa possibilidade. Outras comodidades que procuro quando reservo um quarto são: forno de microondas (para aquecer a comidinha e a mamadeira dele), frigobar e comodidades para hóspede com mobilidade reduzida – super importante porque chegamos e saímos com carrinho de bebê, imagina ter que enfrentar escadas?

Para os passeios a gente saía com o carrinho e dependendo do passeio levávamos o canguru – mas confesso que usamos mais o carrinho do que o canguru, porque era ali que ele tirava as sonequinhas dele.

Britax B-Agile: nosso companheiro 

Quanto a alimentação, que foi o que mais me perguntaram durante a viagem. Foi um desafio. Estava bem receosa quanto a isso porque Valentin até então nunca tinha experimentado comida industrializada. E lá não teria como cozinhar. Para os primeiros dias, levei na mala uma sacola térmica com algumas papinhas caseiras (Papinha de Mãe), mas algumas abriram no trajeto, o que gerou uma bagunça. O bacana é que nos Estados Unidos tem várias opções de papinhas orgânicas, tanto salgadas quanto de frutas. Comprei algumas marcas diferentes para experimentar (mesmo que pra mim todas tenham o mesmo gosto… tadinho…). A que ele mais gostou foi da marca Gerber que tinha uma opção com pedaços maiores (não só purês). Outra opção prática e que ele gostou foi aqueles sachês de frutas que podem ir direto pra boca, sabe? Já vi por aqui o Pic Me, mas nunca experimentei.

Almoçando em um restaurante em Charleston, Carolina do Sul

Se sentindo grande na “high chair”, hehe

De manhã a gente organizava uma necessaire com as comidinhas e lanchinhos dele. Levava uma banana, uma papinha salgada e um sachê de frutas. Além do babeiro, da colher e de um potinho com tampa. No café da manhã do hotel eu dava frutinhas e ovinho (cozido ou mexido) pra ele (diferente da nossa rotina de casa, mas aproveitava que tinha pra dar). E quando via algo que ele podia comer no restaurante, pedia uma míni porção: seleta de legumes, macarrão com queijo, grits (uma espécie de cereal que eles comem como acompanhamento por lá).

Papai dando ovinho no café da manhã

E assim seguiam nossos dias. Ele não comeu como come em casa. Tinha dias que cuspia quase tudo – e eu ficava louca! Mas paciência. O negócio é relaxar, respirar fundo e não fazer uma tempestade, sabe? Tudo é diferente em viagem. Se a gente sente, imagina eles, né?

Ah, outra questão que me perguntaram foi o visto americano. Sim, bebês precisam de visto também. Não precisa ir até a entrevista, mas ou o pai ou a mãe precisam. Foi bem tranquilo, e se você e o pai do bebê já tem, fica ainda mais fácil. Aqui tem as informações bem certinhas de como fazer.

Uma coisa que primo muito com o Valentin desde que ele era recém nascido é a rotina. Não importa se estamos em casa ou viajando, à noite ele tem a rotina dele: jantar, tomar banho, brincar, mamar e dormir. Na viagem a gente adaptava, claro. Até porque no meio disso a gente saia pra jantar. Mas essa sequencia nunca mudava. Acho que isso dá segurança que ele precisa pra ficar tranquilo.

O post ficou gigante! Obrigada pra quem chegou até aqui. Se tiverem mais alguma dúvida podem perguntar nos comentários que a gente continua a conversa por lá. E me contem as suas dicas também. Vou adorar saber!

10 Comentários

  • Reply
    Mirela
    9 de março de 2017 at 11:42

    Adorei!! Vou viajar com meu filho quando ele tiver 1 ano e 1 mês e estou um pouco apreensiva! Gostei dos teus apontamentos e dicas bem pontuais!!!
    Beijos!

  • Reply
    Ingue
    9 de março de 2017 at 12:19

    Bah, Nati! Tuas experiências foram completamente diferentes das minhas, em viagens internacionais!!!!! Kkkk
    Que bom que deu tudo certo!

    Beijo

  • Reply
    Ethieli
    9 de março de 2017 at 12:27

    Ótimas dicas Nati, vamos viajar em julho e precisava de algumas instruções. Um grande abraço!

  • Reply
    Luiza Soares
    9 de março de 2017 at 13:07

    Natiii! Adorei o post! Que maravilha viajar com o Baby e grávida! Parabénsss! Imagino que não deve ser uma tarefa fácil… pena que não consegui abrir as fotinhos!!! Que será que houve?? Queria ver o Tin! Beijosss!

    • Reply
      Nati Grazziotin
      10 de março de 2017 at 09:13

      Às vezes acontece isso de não aparecer as fotos mesmo, Lu. Obrigada por avisar. Vou ver o que pode ser.
      Beijos!

  • Reply
    Taís Ribas
    9 de março de 2017 at 18:52

    Adorei as dicas…
    Vamos para a Califórnia e serão muito úteis. Nati, só uma coisa: nós não fomos até o consulado tirar o visto. Fiz tudo pelo corrreio. A informação que me deram lá é de que bebês tem visto pré aprovado, então mandei o passaporte da Teodora pelo correio junto com a cópia do meu visto e eles validaram e mandaram de volta. Super rápido e tranquilo.
    Obrigada pelo post e por dividir tua experiência. Me deixa mais tranquila e motivada para nossa maratona inesperada !

    • Reply
      Nati Grazziotin
      10 de março de 2017 at 09:12

      Oi Taís, nós também temos uma viagem marcada para Califórnia em abril, mas ainda não sei se vamos. Meu marido comprou a passagem antes da gravidez, então dependendo de como eu estiver nós não vamos… sabe como é? A gente cansa mais né. Pois é, sobre o visto, como meu marido tinha perdido o passaporte dele, com o visto, teve que ir fazer de novo e já aproveitou e levou os papéis do Valentin. Bom saber disso! Melhor ainda.
      Boa viagem pra vocês, é muito bom mostrar o mundo pra eles!

      • Reply
        Taís Ribas
        27 de março de 2017 at 21:45

        Que legal, Nati! Tomara que consigam ir né..
        Nosso roteiro na Califa será São Francisco, Napa Valley (vinícolas) e uns dias no Parque Yosemite. Um roteiro menos convencional mas bem interessante também. Tentei solicitar o bercinho com a cia aérea Copa mas eles não dispõem. Pela alergia alimentar da Teodora e por eu amamenta-la, fiz solicitação de alimentação especial para alérgicos a proteína de leite. Depois eu conto se funcionou. Abraço

        • Reply
          Nati Grazziotin
          30 de março de 2017 at 16:17

          Taís! Acredita que estamos pensando em fazer esse roteiro também? Quando vocês vão ir mesmo? O nosso voo é dia 20 de abril e voltamos dia 1 de maio. Vou ver se consigo o berço dessa vez, vou confirmar com meu marido qual a cia aérea e ligar lá. Isso, depois me conta. Vocês já tem o roteiro certinho? Eu ainda tô trabalhando no nosso rs!

  • Reply
    Ingue
    16 de março de 2017 at 18:01

    Nati! Como te falei, conosco foi um pouco diferente.

    Dados a saber: Isabella tem alergia a ovo e batata (base da alimentação americana).
    Teve diagnosticado refluxo oculto, o que diminuiu drasticamente minhas opções de alimentação. Ranitidina e Hixizine estavam sempre presentes na minha mala de mão.

    Isabella mamava no peito (e mama até hoje ainda aos 3.8 anos!). Mamar no peito facilitou MUITO a nossa vida!
    Só precisei usar LA em um dos trajetos da viagem para ela comer a granola preferida no vôo.
    Viajamos com ela quando ela tinha 1.3, depois 2,3 e ano passado com 3,3! Todas as vezes para os EUA.
    Eu deitava com ela no banco do avião dando teta!!!! Fazia uma barraca com as cobertinhas para diminuir a luz e assim nos viramos em 2 as vezes em 3 poltronas. Nem sei como nunca caí do banco, pois ela variava de peito a cada x tempo. E dormia pouco em vôo. Já chegou a virar 18h em vôo sem dormir. Criança sem dormir fica um porre, vamos combinar!
    Isabella não gosta de dormir nem em viagem de carro, então imagina!!!!! Na próxima só quero achar vôo diurno!

    Pela alergia alimentar e por causa das vacinas, nosso pediatra nos orientou a não viajar antes de 1 ano.
    Tive que apelar por um sabor de papinha Nestlé: o único para idade e que não tinha batata na composição e um sabor que ela gostava.
    No avião eu parecia uma farofeira: levei pão caseiro, pastel de forno integral e papinha. Agora maior: algumas bolachinhas integrais passaram a incluir no cardápio de trajeto e também o chamado “amansa” (alguma coisa com chocolate) para amenisar o tempo de vôo e a mudança de apetite!

    Nunca ficamos em fila de imigração com ela: sempre nos deram prioridade. Na última vez o policial deixou ela carimbar todos os nossos passaportes!!!!

    A 1ª viagem fomos para Vegas e ficamos hospedados no Bellagio (hotel). Juro por Deus: levei de casa chaleira elétrica e torradeira! Passamos 7 dias com dificuldade para ela comer, pois comer fora poderia haver contaminação cruzada. Só papinha e o pão que levei. Deu tudo certo. Não levei carrinho… mas ela ainda era leve e mamava muito!

    A 2ª viagem foi para NYC: ficamos 20 dias e hospedados num apartamento em frente a uma pracinha. Ali foi excelente, exceto sem carrinho: Isabella não ficava em carrinho ou sling de forma alguma nosnpasseios. Aguentamos no braço a viagem inteira! Neste apartamento tinha fogão. NYC tem metrô para qualquer lugar: não precisaríamos dirigir.

    A 3ª viagem tb foi para NYC: nos hospedamos em um flat tb com cozinha. Todas as refeições, exceto o lanche, fazíamos em “casa”. Baby aqui aceitou o carrinho (e quis o mais vagabundinho de $20! Ainda bem pq ele é leve e fiz uma capinha de TNT para por no compartimento de baixo do avião). Até esta viagem a baby ainda sonecava a tarde. Ps: até hoje só dorme comigo e mamando, agora só de noite pede.
    Estas sonecas me prendiam em casa e na cama! (Graças a Deus não dorme mais a soneca). Já meu marido, neste intervalo de 2h, saia para aproveitar e relaxar nestes momentos.

    Em todas as viagens fomos de mochila ou aquelas “bolsinhas saco” de carregar nas costas. A medida que foi aumentando a idade, fomos “enxugando” o que se levava no vôo e em passeios. Eu, como boa mãe, levava sempre muda de roupa, fralda, lenço umedecido (sou a rainha da neurose de limpeza de mão), comidinha e água.

    Optamos ir novamente para NY, pois desta vez a Bella já estava maior, curtia mais. Ficamos uns 18 dias. Conhecemos TODAS as pracinhas. E são muitas. E são MARAVILHOSAS! São limpas e seguras!
    Agora ela já gostava mais de museus. Novamente demos mais importancia com ela no de História Natural, por ser mais lúdico (neste foi o que sempre ficamos mais tempo explicando sobre os bichos). No MIT explicamos de arte, história e foi MUITO LEGAL! Em NY tem um museu para crianças super legal também! Isabella sempre curtiu bichos e pinturas. Não assistimos TV em casa. Raramente fazemos. Confesso que iPad sim, este ajudou nas viagens!
    Com 3 anos parece que a cabecinha dela se abriu bem mais a respeito do mundo! De tudo! Tudo era motivo de curiosidade!
    Todos os cantos de NY fomos com ela (exceto ponte do Brooklin pq estava muito frio da última vez).

    Eu recomendo NY pela mobilidade fácil, por não depender de carro (estacionar é sempre um problema, dependendo da cidade). A gente foi mesmo para curtir e ver os olhos dela brilharem. E nós, num lugar multicultural e seguro. Fomos por tudo!
    Acredita que ela já se comunicava bem com os americanos?!
    Em NYC sugiro o lado WEST para se hospedar: acho que tem mais atrativos para os pequenos e mais linhas de metrô.

    Nossa próxima meta, talvez esse ano, seja um roteiro mais “vagabundo”: HAWAII!!! Hehehehe
    Deixaremos Europa para mais uns anos. Por ora estamos querendo sossego, calor e praticidade :)

    Beijos para vcs!

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