Escrevo esse texto enquanto me recupero de um procedimento cirúrgico: tive que trocar meus implantes mamários.

E enquanto meu corpo se reestabiliza eu vou colocando o peso certo às coisas: o que, de fato, merece minha atenção – e energia – agora? Coisas que eu fazia rapidinho devem ser pré-calculadas, meus movimentos precisam ser lentos e tarefas que antes pareciam urgentes, tiveram que esperar.

First things first. Essa expressão sugere que coloquemos as coisas mais importantes em primeiro lugar.

Mas será que é isso que fazemos?

Será que sabemos respeitar o tempo das coisas e as suas fases? Ou queremos apressar e fazer tudo caber em um dia só ou mudar a vida em uma semana?

O meu corpo vai precisar de três meses para cicatrizar. Além de ser cuidadosa, não há nada mais que eu possa fazer que acelere esse tempo. Ele leva o tempo que leva – e eu precisarei respeitar isso.

Quantas vezes, na ânsia de acelerar processos acabamos nos atropelando no caminho?

• Uma gestação dura nove meses, se o bebê nasce antes chamamos de prematuro pois ele ainda não estava pronto.

• Um bolo demora em torno de trinta minutos para assar, você até pode tirar antes do forno, mas ele ainda não vai estar pronto.

A gente pode ter tudo, mas não tudo ao mesmo tempo. Precisamos aprender a priorizar e ficar em paz com as nossas escolhas e renúncias.

Por isso é tão importante, de tempos em tempos, se questionar: estou colocando o peso certo às coisas?

Estou me importando demais com aquilo que não tenho controle?

Estou com muitas abas do meu computador interno abertas e não foco em nenhuma com total dedicação?

Em vez de querer abraçar o mundo, se abrace primeiro. E sinta o que, de fato, é importante agora. Sabendo disso fica mais fácil gerenciar as demandas, dizer os nãos que precisam ser ditos e terminar o dia com mais satisfação.

Porque você colocou a sua energia nas coisas certas. E coisas boas levam tempo.

Espero que essa reflexão acenda uma luz por aí.

Um ótimo domingo pra gente!