Sabe aquela sensação de que você tem algo para fazer?

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Ela conhece porque você tem mesmo. Enquanto houver vida, haverá louça pra lavar. Conhece essa frase?

É daquelas coisas óbvias, mas que muitas vezes ignoramos. Ou pelo menos nossas atitudes e modo de viver indicam que não levamos isso em conta.

Você já parou para pensar que a sua lista de tarefas nunca vai terminar, porque conforme você vai finalizando uma coisa, outras surgem?

Os e-mails e as mensagens não vão parar de chegar. E quanto mais você se dedicar em responder, mais respostas irão estar te esperando na caixa de entrada.

A cama tem que ser arrumada todos os dias. A casa suja, a gente limpa, mas depois suja de novo, e de novo.

Nunca na história tivemos tantas ferramentas para otimizar o tempo: para termos mais tempo, para “controlar” o nosso tempo. Tudo isso com o objetivo de termos mais qualidade de vida, de poder ter tempo para fazer o que nos faz bem, correto?

Mas é isso que a gente vê por aí?

O que eu enxergo é gente com pressa para “adiantar” as coisas e assim, ter mais tempo de “sobra”.

Mas que, nesse tempo de sobra, continua enchendo o seu tempo com coisas que não necessariamente a nutre.

Que “aproveita” o tempo que sobrou, que era justamente para poder tem mais tempo, para fazer mais e assim ser mais eficiente e produtivo.

E essas mesmas pessoas acabam o seu dia, a sua semana e o seu ano dizendo que o tempo passou rápido demais.

A vida não para. Não seria mais sábio usar o tempo com consciência, fazer as coisas no seu tempo, sem querer estar sempre apressando tudo?

Não é curioso que a nossa sociedade, que nunca teve tantas ferramentas de produtividade, é a mesma que está sempre ocupada?

A lista de tarefas nunca vai terminar, sempre teremos pendências para resolver, e a vida é assim mesmo.

Ser mais eficiente não deveria significar nos transformar em robôs. Não faz sentido correr para algum momento – hipotético – em que tudo estará completado.

Essa mentalidade de querer se apressar para “adiantar” nos faz perder de saborear o processo, e nisso perdemos (vida).

Passamos boa parte da nossa vida no trabalho, e mesmo quem não trabalha fora de casa, tem muito trabalho a fazer. Não seria muito melhor fazer tudo com mais intenção, colocar naquilo que faz um significado em vez de querer somente ticar as tarefas que fez no fim do dia?

Enquanto estivermos vivos, teremos tarefas para cumprir, isso é infinito.

Se queremos viver a vida de forma mais intencional, sem ter a sensação de que o tempo passou e você não viu, é preciso olhar as coisas por outro ângulo.

O estado de espírito em que passamos o nosso tempo é que vai determinar a nossa percepção. Estamos conscientes ou distraídos? Estamos presentes na tarefa ou somente focados em se livrar de tudo que temos pra fazer afim de – em outro momento, no futuro – poder aproveitar a vida?

Desculpa te dizer, mas a vida, está escorrendo pelos seus dedos. E adiantar o tempo não vai adiantar nada.

É como escalar uma montanha infinita mais rápido, simplesmente, não faz sentido.

Essa semana comecei a ler o livro As quatro mil semanas, de Oliver Burkeman, que me inspirou a escrever essa reflexão. Deixo aqui a dica do livro e do TED onde ele fala sobre como parar de lutar contra o tempo.

As tirinhas que usei para ilustrar essa newsletter é de autoria de @danielesantosbarbosa do Instagram super inspirador Nina e o Passarinho.

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Um ótimo domingo pra gente!

Com amor,

 

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