Lições que aprendi com o meu primeiro armário-cápsula

4 minutos de leitura

Desde que descobri o conceito do minimalismo procurei pesquisar muito sobre o assunto. Li diversos blogs e sites gringos, assisti a muitos vídeos no Youtube, praticamente devorei o livro da Marie Kondo. Porque quando a gente se apaixona por um conceito, ele vira parte da vida da gente.

Quando descobri sobre o método do armário-cápsula já tinha passado do início do inverno, mas não conseguiria esperar até a primavera para começar. A vontade de ver o meu guarda-roupa livre da bagunça e de peças que não agregavam nada era imensa! Por isso, na semana seguinte já comecei o processo de pesquisa de como faria o meu primeiro AC. (Neste post aqui eu mostro como foi o processo, em 6 passos).

É importante que você saiba que eu nunca fui muito apegada com minhas roupas. Apesar de adorar moda, não era difícil pra mim fazer aquelas “limpas semestrais” – acredito que se deva ao fato de eu estar sempre comprando novas peças, né 😉 Acontece que, dessa vez, eu teria que me desfazer de coisas que estavam muito boas, que eram lindas e que mal tinha usado.

Todo esse processo não foi tão doloroso porque, a princípio, eu não tinha intenção de me desfazer de imediato, eu as guardaria para um próximo armário-cápsula – o de primavera e verão. Mas tenho que admitir que ao ver aquelas peças lindas serem armazenadas numa mala ou então penduradas numa arara longe do meu closet não foi muito agradável. Senti arrependimento por ter gasto dinheiro com coisas que não faziam sentido.

Um dos aprendizados que tive ao ler o método KonMarie é que você não deve se sentir mal ao ver suas coisas indo embora. Ela ensina que devemos agradecer a elas pois cumpriram seu objetivo: servir de lição para que você não repita novamente o mesmo erro.

Com a pesquisa de estilo feita, separei o que ficaria e o que iria embora. Já tinha em mente as minhas combinações preferidas e o meu uniforme. Fiquei com um total de 34 peças, entre roupas e sapatos. Já imaginou?

E agora que o inverno terminou, resta saber o que eu aprendi com todo esse processo de auto-conhecimento. Porque sim, repensar o guarda-roupa me fez enxergar muito além das minhas roupas.

Encontrei o meu estilo de verdade. Lembro que quando me perguntavam qual era o meu estilo nunca sabia o que responder. Claro que ninguém precisa entrar numa caixinha, podemos sim ter várias referências, não me entendam mal. Mas o fato é que hoje sei o que gosto de verdade, o que vale a pena entrar no meu guarda-roupa e mais importante, com o que me sinto 100% eu mesma. Antes comprava porque achava bonito. Hoje compro porque sei que vai fazer a diferença nos meus looks.

Ter menos opções faz com que eu seja mais criativa. Isso acontecia muito em viagens. Claro, eu colocava na mala somente o que mais amava e me divertia fazendo novas combinações com as mesmas peças. Agora o meu guarda-roupa se transformou em uma grande mala, contendo peças que amo e que combinam entre si, o que faz com que as combinações sejam muito mais naturais e divertidas.

Tenho muito mais alegria na hora de me vestir, porque adoro tudo que está ali. Uma das coisas que mais me deixava receosa com essa história de armário-cápsula era se eu estaria podando um dos meus maiores prazeres, me vestir. Mas o que aconteceu foi justamente o inverso. Hoje tenho muito mais vontade de escolher o que vestir porque tudo ali combina comigo e é a minha cara.

Me arrumo em menos tempo. Como tudo combina com praticamente tudo é muito mais fácil criar combinações e isso leva muito menos tempo! Claro que vai ter vezes que a gente quer ousar mais, mas na maioria dos dias é muito muito fácil “pescar” ali o look do dia. E o melhor, a chance de errar cai drasticamente, né?

Devo pensar mil vezes ao comprar peças estampadas. Essa semana fiz um brechó para as amigas da minha irmã e vi a quantidade imensa de peças estampadas. Todas em ótimo estado, afinal tinha usado no máximo 2 vezes! Eu era daquelas que via uma estampa e me apaixonava. O problema é que enjoava muito fácil e peças estampadas marcam demais! No meu AC de inverno não tinha nenhuma estampa e no de primavera tenho só uma camisa com estampa em preto e branco. Vamos ver se não vou sentir falta.

Camisetas básicas devem ter boa qualidade. Sim, porque você vai usar bastante e lavar um número considerável. Elas não podem criar bolinhas e ficar com aspecto de usadas. Comprei 1 camiseta preta no inverno que já não consigo usar na primavera, por exemplo. Às vezes achamos que comprando peças baratas estamos economizando, mas na realidade estamos gastando mais do que se comprássemos uma peça boa, que vamos usar muitas vezes e por mais tempo.

Uso pouco salto, por isso não vale a pena investir nisso. Passei o inverno com 2 saltos, um scarpin preto e um modelo chanel nude. Conto nos dedos quantas vezes usei. Vamos ver como vai ser daqui pra frente, mas por enquanto esses modelos foram mais que suficientes para a minha necessidade.

Pensando bem, para menos de 3 meses até que aprendi bastante coisa com essa experiência, hein? Estou muito feliz com essa nova fase. E um update:

Comecei meu armário-cápsula de primavera semana passada, mas me dei alguns dias para ver se preciso adicionar ou retirar algo. Logo, logo postarei todas as peças por aqui pra você ir acompanhando. Ah, e os looks também.

Beijos,

Nati

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6 Comentários
  • Cissa Finger
    29/09/2015

    oi Nati!
    Agora me identifiquei!
    Comecei com o processo de desapego no início do ano, quando intensifiquei minhas viagens à Sampa.
    Me dei conta de que não conseguia usar salto, por utilizar muito transporte público e as pernas. Precisava conciliar roupas pra passeio à tarde, happy hour, e noite… Às vezes sem poder me trocar e em ambientes bem evléticos! Ao longo do ano consegui fazer a mala ideal, sem sobras, sem faltar nada, em uma malinha de mão pra cerca de 4 ou 5 dias.
    Adaptei o mesmo pras viagens mais longas e posteriormente decidi aplicar o processo no meu armário.
    Fiz um desapego grande, entre a vizinhança e colegas de trabalho. E ainda tem mais.
    (Concordo plenamente com o tópico das estampas.)
    As únicas peças que preciso comprar em breve: mais camisetas brancas.
    E tenho me sentido muito melhor assim!
    E essa lição pode ser adaptada pra muitas coisas na nossa vida!
    Beijos!

    • Nati Grazziotin
      30/09/2015

      Opa, que legal, Cissa!
      Conseguir viajar leve é tão bom né? Adorei saber de todo o teu processo. É bem por aí, a gente vai adaptando às nossas necessidades. Primeiro você precisava de uma mala mais concisa, depois viu que poderia fazer a mesma coisa no guarda-roupas! Isso é tão legal. Faz com que a gente se aproxime de nós mesmas, não é? Espero te ver sempre por aqui querida. Um beijo!

  • Fernanda Brugnera
    30/09/2015

    A cada post eu me identifico e me apaixono mais! Beijo!

    • Nati Grazziotin
      30/09/2015

      Ai, que coisa boa saber disso, Fer! Vai tentar fazer a cápsula? 😉

      • Fernanda Brugnera
        07/10/2015

        Nati, sim! Na mudança para Curitiba fiz uma mega faxina no meu guarda-roupa, livros e coisas de cozinha. E estou amando este novo estilo!☺